A comissão independente apresentou um relatório no passado dia 13 de fevereiro de 2023 que estima que nos últimos setenta anos, foram abusados mais de 4.800 menores dentro do seio da Igreja Católica portuguesa, baseando-se em 512 denuncias recebidas. No entanto, espera-se que esse número seja apenas demostrativo e “baixo” para realçar o verdadeiro número de vítimas, como refere o pedopsiquiatra e coordenador da comissão independente, Pedro Strecht.

As vítimas dos abusos têm entre 15 a 88 anos de idade e alguns dos casos já prescreveram na Justiça devido ao facto dos primeiros dados serem da década de 50, o que leva a maioria das denuncias a não serem aceites.

A primeira assembleia plenária da Conferência Episcopal realizou-se no dia 3 de março com o Presidente da Conferência, D. José Ornelas, bispo de Setúbal, com o fim de analisar todos os relatórios conhecidos sobre as sete décadas silenciadas de crimes sexuais dentro da instituição. Contudo, Ornelas em um exclusivo para a RTP, admite que o objetivo da Igreja não é fazer uma “caça ás bruxas”, por serem precisas evidencias suficientes que incriminem padres vistos como suspeitos, contrariando a opinião do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. José Ornelas ainda garante que a Igreja não quer ilibar os perpetuadores de seus crimes e que qualquer padre que seja indiciado por abusos sexuais a menores é imediatamente afastado do cargo.

De maneira a dar resposta ás vítimas, a comissão independente pede que seja realizada outra comissão com o intuito de procurar continuar a analisar o problema, mas com a ajuda de elementos da Igreja, para evitar-se novos números.

por Patrícia Teixeira

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